Ponto nos Is.

23 março 2014

Sustentabilidade Social

 Durante anos a fio, vivemos em busca de algo que, na maioria das vezes, não sabemos ao certo. Se, concluímos os estudos, se adentramos em uma profissão, se alavancamos como grandes empreendedores, se formamos uma família, em fim, ter o sucesso por tantos almejados. Contudo, vamos no decorrer dos anos, abraçando novos propósitos. Ideais vão surgindo, e passamos  até, a adicionar novos conceitos àqueles antes estimados por nós. E continuamos na busca incessante do novo. Conclui-se com tudo isto, que a vida e o homem são completamente mutáveis, adaptáveis as circunstâncias e evidências múltiplas. E que graças à capacidade de desenvolver e melhorar sempre temos a cada dia novas e inúmeras descobertas, algumas de grande valia, outras de grandes valores. A exemplo, o conhecimento é de um valor ímpar e intransferível, dele faz-se uso apenas o seu condutor, que o fará desenvolver a favor de si e de toda a humanidade. O conhecimento é uma arma em mãos erradas, se tracejados em caminhos tortuosos, grandes serão os estragos. O homem como ser único e racional leva a responsabilidade da integridade, sustentabilidade e desenvolvimento. Embora, diante de acontecimentos avessos - índices alarmantes da violência urbana, da quebra da ética, dos valores e costumes, passa da condição  racional a predador. Onde sua ganância, irreverência e arrogância o tornam cego, surdo e mudo as atrocidades atônitas.
Vive-se hoje o ápice da desordenância, o mundo pede socorro. Guerras civis, fome, miséria, epidemias, endemias, doenças degenerativas acometidas pelo comportamento humano, pela imposição, pelo subjetivo incógnito. O homem, com sua incessante necessidade do novo, atropelam a ordem natural dos acontecimentos e, consequentemente, promovem ações contrarias e adversas ao desenvolvimento humano.
Estamos na iminência da degradação humana, ao pé que caminha a humanidade, não seremos auto suficientes para provê nosso desenvolvimento sustentável. Tornar habitável, respirável, com maior empregabilidade, qualidade de vida, crescimento organizado e plausível, nosso habitat é nossa responsabilidade. Fazer florescer parte de uma ação simples, porém, grandiosa: plantar uma semente, cultivá-la representa participar e cuidar por um mundo melhor.
Partindo dessa premissa, de busca pelo melhor, atrai questões como desigualdade social, equidade na distribuição da renda, educação, habitação, qualidade de vida e desenvolvimento organizacional – melhor definido como sustentabilidade social.
Diariamente, cobram-se ações: ação social, ação ecológica, ação educacional, ação médica, ações que encadeiam propósitos e projetos. Cobram-se, mas quem cobra faz? Será que todos estamos engajados em um único propósito – soluções e resultados – que abracem a todos sem distinção, menosprezo e indiferença. A responsabilidade é de todos, mas os meios são de quem procura!
Temos hoje um déficit em moradia, saúde, educação e também lazer. Mas, este último não se limita a futebol, copas, olimpíadas, diria até que, se melhor planejados todo o recurso direcionado a um único propósito de alimentar aos luxos e caprichos alheios para apenas figurar diante dos olhos políticos, teríamos um país estruturado, bem alimentado, bem educado e sobretudo morando bem e feliz. Com suas contas pagas e seus impostos satisfatórios. Abramos os olhos e vejamos todos o que fazem de maneira maquiada com o nosso dinheiro, com os nossos direitos. Somos capazes e capazes de mudar este quadro.

Por Lourdes Ribeiro.
03/2014.